Pela paz,<br> pela solidariedade<br> internacionalista!
A delegação da JCP que numa situação de guerra iminente e de violenta repressão sionista visitou a Palestina, sublinha o valor da solidariedade internacionalista e lembra que a luta pela paz é inseparável da solidariedade, concreta e activa, para com os povos em luta pela sua libertação.
A guerra contra o Iraque é na sua essência uma guerra imperialista e colonialista. A agressão militar, invasão, ocupação e imposição de um governo titere ao serviço dos interesses dos EUA, tal é o anunciado objectivo imediato desta guerra. Um governo que afinal terá o mesmo carácter daquele que, pela mão dos mesmos EUA saiu do golpe de Saddam Hussein contra a revolução de 1968 e lançou uma feroz repressão contra o PC Iraquiano (que participava do governo revolucionário) e demais forças democráticas e progressistas. Um governo que o imperialismo armou e lançou contra o Irão, numa guerra mortífera que conduziu à degenerescência fundamentalista da revolução popular iraniana, com a ilegalização e perseguição dos comunistas e de outros revolucionários que haviam animado a luta pelo derrube da ditadura pró-americana do Xá. Um governo que os próprios EUA animaram a invadir o Kuwait, numa operação de contornos obscuros mas cujo resultado é bem conhecido: reconstrução das bases militares dos EUA na região (Arábia Saudita), e proclamação do objectivo de uma «nova ordem mundial» hegemonizada pelos EUA contra os trabalhadores e contra os povos.
A nossa luta contra a guerra no Iraque é pois simultaneamente um acto de solidariedade para com um povo vítima de continuada ingerência externa, de oposição ao militarismo e à agressão imperialista onde quer que se manifestem, pelo direito de cada povo escolher livremente o seu caminho e via de desenvolvimento.
A mobilização contra a guerra não pode parar e terá mesmo de intensificar-se se, como tudo o indica, for consumada a agressão com ou sem o aval do Conselho de Segurança da ONU. Nós comunistas vamos continuar a luta e desde já apelamos ao protesto junto da Embaixada dos EUA logo no dia do desencadeamento das operações e para que no sábado seguinte, associando-se à jornada internacional já anunciada, o povo português se manifeste contra a guerra e contra qualquer forma de envolvimento de Portugal na mesma.
E tal como a mobilização contra a guerra e pela paz não pode parar, também a solidariedade para com os povos vítimas de ingerências, pressões, manobras de subversão e agressão imperialista se tem de intensificar. Quando Bush e seus acólitos afirmam com arrepiante insolência que ao Iraque se seguirão países como o Irão, a Síria, a RPD da Coreia, temos que preparar-nos para o pior. Quando a Venezuela, a Colómbia, Cuba, o Zimbabwe e tantos outros países estão na mira do imperialismo, como o estão países como o Brasil , onde as forças de esquerda alcançaram importantes vitórias, temos de permanecer vigilantes e activamente solidários para com a luta dos seus povos em defesa da sua soberania nacional e por uma vida melhor.
Como sempre, o que o grande capital e o imperialismo pretendem é inverter a roda da história, a marcha dos trabalhadores e dos povos pelo caminho da independência, da democracia, do progresso social e do socialismo. A força da solidariedade internacionalista tem por isso um papel insubstituível. É isso que nos recorda a oportuna e corajosa iniciativa da JCP que foi levar às forças progressistas de Israel e ao heróico povo palestiniano a solidariedade combativa da juventude portuguesa.